A rapsódia baiana dos Brandolinis

W MAGAZINE

“Durante os últimos anos Trancoso tem feito seu nome como um dos famosos points hippie-chic, respostas do século 21 para Goa ou Bali, que estão atraindo socialites antenados. Muitos desses lugares acabam nunca recebendo nem os “hippies” e nem os “chics”, mas Trancoso pontua alto em ambos os casos. Fundada em 1586 por missionários jesuítas que construíram uma pitoresca igreja católica e então se mudaram, o vilarejo permaneceu satisfeito fora da rede até meados de 1970, quando um pequeno grupo de biribandos – jovens de orientação contracultural fugindo das selvas urbanas para viver a coisa real – apareceram. Alojando-se em casas de pescadores vazias ao redor da grama do Quadrado, uma área gramada de cinco hectares com vista para o mar, os biribandos se misturaram às famílias locais em uma comunidade baseada na troca, vivendo da terra e do mar. Foi somente em 1982 que a eletricidade chegou, e demorou mais duas décadas até que a onda de forasteiros – paulistanos modistas de fim de semana – chegasse até o vilarejo. Embora o influxo parecesse provável de engolir o vilarejo de uma vez, Trancoso tem mantido até então sua marca registrada de charme suave, surpreendendo com um equilíbrio ideal entre o desmazelado e o fabuloso.”